Foto: Tribunal de Justiça de Santa Catarina (Divulgação)
Julgamento ocorreu na semana passada em Imbituba (SC). Réu foi condenado a 12 anos de prisão
A defesa de Paulo Odilon Xisto Filho, 36 anos, anunciou que vai recorrer da condenação pelo feminicídio da modelo santa-mariense Isadora Vianna Costa, 22, em julgamento realizado na última semana, em Imbituba, no litoral de Santa Catarina. O advogado Aury Lopes Jr, responsável pela defesa, afirmou que a decisão do júri será questionada no Tribunal de Justiça de Santa Catarina e, se necessário, em instâncias superiores.
O réu foi condenado em 5 de setembro a 12 anos de prisão em regime fechado, e já cumpre a pena no presídio de Imbituba, cidade onde residia e atuava como tabelião. Além da prisão, a juíza Luisa Rinaldi Silvestri determinou a perda do cargo público de oficial de cartório.
– Embora respeite a decisão do Conselho de Sentença, manifestamos discordância e apresentaremos recurso. Paulo foi absolvido da acusação de fraude processual, bem como das qualificadoras de motivo fútil e de impedimento da defesa da vítima. Ele nega veementemente a prática do crime e manterá essa posição – declara o advogado.
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Durante o julgamento, a defesa destacou pontos que, segundo ela, apontam inconsistências na denúncia feita pelo Ministério Público de Santa Catarina. Entre eles, a ausência de fraturas ou marcas que pudessem comprovar agressões físicas compatíveis com o porte do réu, e o laudo pericial que identificou no corpo da vítima uma quantidade de cocaína cem vezes acima do limite suportado pelo organismo humano.
O advogado também ressaltou que o acusado foi condenado por maioria de votos apenas pelo crime de feminicídio, tendo sido absolvido das outras acusações. Para a defesa, esses elementos reforçam a tese de que Paulo não foi o responsável pela morte de Isadora.

O crime
O crime, que ocorreu em 8 de maio 2018 em Imbituba, mobilizou a comunidade de Imbituba e atraiu a atenção da imprensa local e estadual.
Naturais de Santa Maria, Isadora e Paulo eram namorados. Segundo a denúncia do MP, na madrugada de 8 de maio daquele ano, a jovem teria revelado a familiares do oficial de cartório que ele estava passando mal devido ao excesso de uso de drogas e álcool. Isso revoltou Paulo, que teria agredido a namorada, o que resultou na morte da jovem. Para a defesa do réu, a morte teria sido provocada por overdose de drogas.
O recurso busca a anulação da sentença e a realização de um novo julgamento.